Um filme muito lírico, bonito e especial

Por Rubens Ewald Filho, resenha para o Portal Pepper – 29/5/2013

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Agradeço aos leitores que me chamaram a atenção por este Elena, que tem se sobressaído no circuito de arte depois de ganhar vários prêmios no Festival de Brasília (filme júri popular, direção, montagem, direção de arte).

Ele vem na trilha dos Documentários em que os realizadores recordam personagens ou situações de seu passado, seja político, seja pessoal. Muitas vezes de forma displicente, superficial, vazando vaidade e egocentrismo. Não é o caso desta diretora jovem que fez uma viagem ao seu passado, em busca de sua irmã mais velha que se suicidou e que mal conheceu.

Qual é a diferença dos outros? Simples, a moça é talentosa, sensível, fez tudo com delicadeza e emoção. Conseguiu antes de tudo um material importante de arquivo, com registros familiares da irmã Elena com a própria Petra, ainda pequenina. O filme é quase uma história de mistério porque é sobre uma mulher que sai em busca da irmã desaparecida quando encontra um diário dela (feito aos 17 anos, a mesma idade com que estava Petra). Depois encontrou o material gravado, realizou entrevistas com as pessoas próximas a ela e foi à Nova York atrás dos vestígios da irmã. Que era muito bela, sonhava em ser atriz, tinha envolvimento também com os movimentos de luta contra a ditadura militar. De um determinado ponto em diante, Petra não apenas narra à busca, mas também passa a registrá-la. Só que tudo é feito com um clima onírico, enfatizando amar, a água, a passagem.

Um filme muito lírico, bonito, muito especial.

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