Seu filme ainda reverbera aqui
1 de maio de 2014

Por Nika Braun

Petra, assisti o filme ontem na ucla e me emocionei. impossível não se identificar com elena (sou brasileira morando nos eua, atriz querendo trabalhar com cinema, apegada a minha mãe e com a mesma dor na garganta, na mesma parte do corpo que você explorou lindamente no filme).

O filme é lindo, sensível. uma belíssima homenagem a sua irmã.

Fiquei com vergonha de compartilhar com você na hora, visto que haviam perguntas pertinentes (e a minha seria só um singelo agradecimento). mas aqui vai:

Eu sinto esse nó desde adolescente também, o que sempre me fez refletir na morte e zno suicídio. Nunca cheguei a comete-lo, porém, e acho que porque sempre me veio a imagem da minha mãe sofrendo na minha cabeça, martelando, e me parecia insuportável causar isso pra ela. Talvez, se eu tivesse levado minha dor mais a sério, não teria levado tanto minha mãe em consideração e teria de fato me matado (principalmente no começo dos 20, que a dor é muito maior, sem fim).

Cá estou com 27 anos, a dor ainda existe, mas estou tentando domá-la com meditação e sorte de ter pessoas amáveis ao meu lado. Após seu filme, elena, você e a sua mãe preencheram meu coração, e elena também tornou-se parte da minha força contra essa dor.

Tive um professor que sempre dizia que o objetivo de uma obra de arte (seja teatro, filme, pintura, etc) é ser sentida, reverberada, ao oposto do que muitos tentam apenas entendê-la.

Seu filme ainda reverbera aqui, às 13:24, quase 19 horas após assisti-lo.

Parabéns e obrigada!



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