Para seguir em frente
15 de julho de 2014

Em maio de 2014, a revista Vida Simples publicou uma reportagem do jornalista Leandro Quintanilha na qual ele vai em busca da compreensão do que é o luto e sobre como as pessoas lidam com ele. Como superá-lo? Há um tempo específico? Quintanilha partiu de um história pessoal – a perda de seu pai e a confusão de sentimentos com a qual ele se deparou quando chegou ao velório. Todos choravam, menos ele. “Não senti propriamente a perda – senti a ausência, o que toma mais tempo”, escreveu o jornalista. Quintanilha, então, para a reportagem, foi ouvir especialistas em luto e pessoas que perderam pais, filhos, irmãos. O luto, segundo ele, é uma experiência subjetiva.

No trecho abaixo, Quintanilha ressalta como o filme ELENA foi importante para que a diretora Petra Costa assimilasse a perda da irmã. A maneira encontrada por ela foi por meio da poesia, vertida em obra cinematográfica. O resultado emocionou espectadores ao redor do mundo e se tornou o documentário mais visto no Brasil no ano de 2013.

Leia trecho da reportagem:

Contudo, alguns tipos de luto requerem uma compreensão maior não de si mesmo, mas de quem partiu. No documentário nacional ELENA, a irmã da personagem-título reconta a história da jovem atriz brasileira que se mudou para Nova York, na década de 1990, em busca de uma carreira no cinema, mas que, após algumas investidas inócuas, caiu em depressão e se matou. “Acho que essa é das dores mais profundas que alguém pode viver, uma dor que me marcou de formas das quais não consigo falar, a não ser pela poesia”, explica a cineasta Petra Costa, que tinha 7 anos quando tudo aconteceu. “Foi só por meio do cinema que pude falar dessa perda, expressar essa tristeza inexprimível.”

Petra se identifica com o modo como Carlos Drummond de Andrade retrata o sentimento de perda nos versos do poema Ausência. “Na ausência não há falta/ A ausência é um estar em mim”, escreveu. “Durante a realização do filme, fui conhecendo muito mais a Elena, e isso fez com que eu ganhasse uma irmã para imediatamente perdê-la de novo, de uma forma muito mais consciente”, avalia. Isso lembra os versos finais do tal poeminha de Drummond: “Essa ausência assimilada, ninguém rouba mais de mim.”

Leia a reportagem completa http://bit.ly/1ktp9eB

 



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