Uma representação sobre laços

Por: Marcelo C,M – blog Cinema Cem Anos de Luz – 26/8/2013

Corajoso documentário de estréia da atriz Petra Costa na direção, pois o filme é mais do que desvendar quem era sua irmã Elena, como também é uma forma corajosa de se expor na tela um lado seu tão pessoal e os motivos que a levaram há fazer isso. Diferente dos documentários de hoje em dia, nos não vemos depoimentos de quase ninguém na tela, mas sim a voz em off de Petra, se casando com as imagens antigas de arquivo, onde mostra Elena, de sua juventude até os seus primeiros dias em Nova York para ser atriz. De uma jovem de grande otimismo que nos é apresentado no inicio do filme, vemos aos poucos uma pessoa que começa há se fragilizar, devido ao fato de nunca poder alcançar os sonhos que tanto deseja.

O clima pesado, com a sensação de perda iminente, se fortalece ainda mais quando surge em cena a mãe de Petra e Elena: com os olhos fundos de tristeza, junto com um aparente desequilíbrio físico e mental, com ela chegamos ao ápice da trama. Nos não só descobrimos o que aconteceu com a Elena, como também o fato de ser revelado, que esse documentário não é somente sobre ela, como também sobre a própia Petra, que no fundo acaba temendo seguir os próprios passos de sua irmã.

Fazendo esse documentário, sentimos que Petra esteja exorcizando os seus medos interiores e o que faz dela seguir em frente, mas jamais esquecendo o laço forte que sente por Elena e o que ela foi para toda sua família. Com belíssimas imagens, montagem e trilha sonora que lembram por vezes filmes como A arvore da Vida,Elena é uma representação sobre os laços fortes de sangue que as famílias tem, ao ponto que mesmo um ente querido parta dessa vida, ele no final das contas sempre estará presente em nossos corações.

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