Simples e pesado ao mesmo tempo

Por Stefanny Oliveira, Filmes e Games – 12/9/2013

Quão triste pode ser a vida de uma garota de sete anos que perde sua irmã tragicamente? Eu vivi isso somente assistindo a este documentário. Acho que nunca me senti tão afetada vendo um filme baseado em fatos reais e, nesse caso, assistindo a um documentário sobre como um ato fatal pode mudar o rumo da vida das pessoas.

Elena era a irmã mais velha de Petra Costa, a diretora e narradora do filme. Desde pequena sempre sonhou em ser atriz e ao ganhar a primeira câmera de seus pais, fazia filmes caseiros tendo sua irmã, ainda bebê, como co-protagonista. Adolescente, entrou para um grupo de teatro e chegou até a sair nos jornais. Quando Petra completou 7 anos de idade, Elena foi para os Estados Unidos tentar ser atriz de cinema, entrou para uma escola importante e fez vários testes em várias companhias. Infelizmente não foi chamada. Voltou ao Brasil mostrando os primeiros sinais de uma depressão e voltou com a família para os EUA quando recebeu uma ligação de sua escola de teatro. Tentou de novo. Mas quando viu que nada do que queria estava dando certo, começou a desistir. Então desistiu de sua própria vida.

O modo como Petra narra cada acontecimento, o modo como as imagens surgem na tela, mesclando o passado com o presente, a música (aqui uma das músicas que mais me chamou atenção “Valsa Pra Lua” de Vitor Araújo, jovem pianista pernambucano. Confesso que quando a música começou a tocar numa cena em que Elena dança com a lua, todas as lágrimas presas em meus olhos se derramaram) tudo contribui para o modo simples e ao mesmo tempo pesado com que a mensagem precisa ser passada: o combate ao suicídio.

Esse documentário foi uma das maiores experiências que tive no cinema. Sentimos tudo o que Petra sentiu, desde sua alegria até sua tristeza pela perda da irmã. E ao conhecermos Elena, nos sentimos próximos dela, próximos daquilo que ela sonhou. Confesso que, ao escrever este texto, mesmo depois de um mês, ainda choro ao lembrar da história, ainda choro ao ouvir a música de Vitor Araújo, ainda choro ao ver o trailer…

Petra queria que todos conhecessem sua irmã… E agora o mundo passou a conhece-la.

Nota 10 de 10.

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