ELENA é uma carta à vida e um sussurro de sensibilidade!
13 de fevereiro de 2014

Por Wagner Passos – Iceberg – Aquilo que pode emergir – 11/02/2014

 

Um dos documentários mais simples, verdadeiros e tocantes que já vi em toda minha vida!

ELENA é uma carta a vida e um sussurro de sensibilidade!

Um manifesto de coragem escrito e filmado pela cineasta Petra Costa, que vai a busca de sua irmã desaparecida em Nova York, cidade que ela escolheu para viver, procurando aquilo que sua mãe não conseguira ser: atriz de cinema!

ELENA retrata de maneira dolorida os complexos sentimentos daqueles que ficam, diante daquele que se vai!

Mas também retrata com leveza, uma leveza que emana dos olhos dos personagens filmados, da maneira de falar, dos vídeos caseiros mostrados, da câmera próxima, dos cenários naturais, das casas simples…

É difícil realmente exprimir o impacto do filme!

Material caseiro, depoimentos cabisbaixos, falas sinceras, e uma trajetória de limpeza de uma alma, limpeza que se confunde com a própria execução da obra!

ELENA toca fundo no tema do suicídio!

O sonho, a busca, a frustração de uma menina e seu desaparecimento!

A saudade, a busca, o sofrimento de sua irmã e sua mãe!

O encontro com a verdade, o sentimento de vazio, a tristeza e o lento e penoso processo de avaliação da covardia e do egoísmo daquele ser tão venerado pela diretora, afinal, Elena era sua irmã mais velha!

E como complemento de tudo isso, a imagem de Ofélia boiando nas águas.

Mas essas também podem ser águas que lavam, que limpam, que ajudam a refrescar e enxergar a realidade da vida que deve prosseguir!

Que lavam a mágoa, que lavam o espírito humano no espírito do tempo no tempo da vida!

E restam os corpos boiando, os corpos renovados, mas que guardam as cicatrizes daquilo que aconteceu!
Elena, por que fizeste isso?!

Por que ao menos não tentaste compartilhar tua dor?!

Por que?!



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