Suicídio em três atos

Por M. Gramacho – Blog Arquipélago da Memória – 27 de maio de 2013

Ato 1. Jovem universitário se enforca na área de serviço de um apartamento da Asa Norte. O colega o encontra ainda “quente”. Solta o rapaz, tenta reanimá-lo, chama a ambulância. Tudo em vão. No quarto do morto, o telefone toca sem parar. A mãe. Intuição? Acaso?

Ato 2. Elena, filme de Petra Costa. Homenagem à atriz Elena Andrade, sua irmã, que se matou aos 20 anos, em Nova York, onde foi tentar a carreira de atriz. Diagnóstico: transtorno bipolar. Receita: lítio. Motivo: não conseguir fazer arte e, por isso, se “sentir escura”.

Ato 3. Amsterdam, livro de Ian McEwan ganhador do Booker Prize – maior prêmio literário inglês. Dois amigos selam o pacto: ajudar o outro a morrer, caso um deles adoeça e/ou enlouqueça, a ponto de perder a capacidade de pôr fim à própria vida.

(Em uma semana, o tema “suicídio” esteve tão presente na minha vida que, por mais cética que eu seja, não posso deixar de reparar nessa estranha coincidência.)

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