Obra de arte

Por Erika Freire, no blog Narrativas e Divagações – 22/6/2013

Acabei de ver ELENA. É lindo. A arte mexe, machuca e para quem se identifica da forma que Elena se identificava certamente daria em algo doentio.

O documentário conta a história da irmã da diretora, Petra Costa, Elena, que sonha em ser atriz e viaja para Nova Iorque para estudar e tentar tornar o sonho realidade. Por aqui ainda, ainda o período militar, o que tornava o sonho quase que impossível. Vinte anos depois, Petra viaja para encontrar a irmã e conta com pequenas pistas que a levam a um fato pouco feliz. Para Elena, se a arte não estivesse em sua vida, não valeria a pena viver. E essa desilusão com as coisas que não dão certo tornam seu caminho tortuoso, suicida.

Gostei muito do jeito que o filme foi feito, a narração deu um tom ainda mais sensível… Petra, cumpriu bem com a “homenagem” à irmã e se mostrou muito talentosa ao dirigir seu primeiro longa.

A história tinha tudo para arrancar lágrimas, mas isso não ocorre. Concordo com a escritora Ivana Arruda Leite: “Hoje fui ver Elena preparada pra morrer de chorar. Acreditem, não tive nem o mais leve nó na garganta. Nem de longe. O filme é lindo. Um poema de imagens, palavras e cores. Mas é um filme doente sobre mulheres doentes. E a loucura não me emociona.”

Vale sim a pena ver o filme que se difere bastante do que tem sido feito no cinema nacional recentemente. Se bem que “Insolação” está bem no topo. Bom mesmo.

Que Petra viva e muito para fazer mais obras de arte como “Elena”.

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